sexta-feira, 5 de julho de 2013

Fortuna de Eike Batista está caindo cada dia mais: ações despencaram

O capítulo mais recente da derrocada de Eike aconteceu ontem, quando ele renunciou ao Conselho da MPX, uma das seis empresas de seu grupo, o EBX.

Ainda não é o caso do empresário mineiro Eike Batista, 56 anos, pechinchar na feira, fazer carteira de estudante para pagar meia-entrada no cinema. Mas o império do ex-homem mais rico do Brasil está ruindo. O capítulo mais recente da derrocada de Eike aconteceu ontem, quando ele renunciou ao Conselho da MPX, uma das seis empresas de seu grupo, o EBX.

Foi uma tentativa de salvar a empresa do grupo até então menos desvalorizada na bolsa: suas ações caíram apenas 26,46% nos últimos 12 meses. A OGX, a mais afetada, caiu 85,6%.

A estratégia de se afastar da empresa deu certo. Se há bem pouco tempo parecia que tudo o que Eike tocasse virava ouro, ontem o efeito foi inverso. Com a saída do ainda bilionário do conselho, as ações da MPX cresceram 20% na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Além da renúncia de Eike, a MPX anunciou um aumento de capital privado de R$ 800 milhões.

Nos últimos 12 meses, a fortuna de Eike caiu de US$ 34,5 bilhões para US$ 2,9 bilhões e ele, que já foi o oitavo na lista dos mais ricos do mundo - e dizia abertamente que pretendia ser o primeiro - hoje não figura mais entre os 200, segundo o último ranking da agência Bloomberg.

E como tudo o que está ruim ainda pode piorar, segundo uma reportagem do jornal Valor Econômico, publicada ontem, o grupo EBX tem dívidas de US$ 1 bilhão com os bancos Itaú e Bradesco, e de outros US$ 2,3 bilhões com o fundo Mubadala, do emirado árabe de Abu Dabi. Os três credores têm ações de empresas do grupo como garantia.

Explicação 

Mas o que teria dado de tão errado nos negócios do ex-marido de  Luma de Oliveira? “Ele criou um império no papel. Tudo na base das projeções, coisas com promessa de existir um dia. Mas chega uma hora em que a realidade vai mostrando que não era bem aquilo. Ele vendeu ideias que não se concretizaram e perdeu a confiança do mercado”, diz o economista Luis Carlos Ewald.

O mercado financeiro é muito sensível, continua o especialista. “E aí deu o efeito-manada”. Ele aponta outro erro do bilionário: arriscar demais. “Quanto maior o lucro, maior o risco. Ele apostou em tudo ao mesmo tempo e tudo deu errado ao mesmo tempo”.

Para Ewald, a crise de Eike não é problema só do bilionário, mas de toda a economia nacional. “Isso somado à volta da inflação, a essas manifestações, à falta de gasolina... só confirmam a condição de risco de se investir no Brasil”. Isso sem contar nos investidores brasileiros que compraram ações do grupo e acabaram tendo prejuízo.

“Ele foi com muita sede ao pote, por ser megalomaníaco está vendo agora o seu patrimônio minguar”, emenda o mestre em Economia Luiz Mário Ribeiro. “As perspectivas de rendimento futuro não se concretizaram e o risco das empresas dele cresceu. O mercado de ações é assim. Os preços sobem assustadoramente e de repente eles desabam”, explica Ribeiro.
 

Erros 

Entre as coisas que deram errado na OGX (empresa de petróleo) está o campo de Tubarão Azul, na bacia de Campos. Antes de começar a ser explorado, os geólogos estimavam que ele seria capaz de produzir entre 500 e 900 milhões de barris  por dia.

A realidade ficou muito aquém: 110 milhões de barris. Além disso, no ano passado, a empresa descobriu que se tratava de um complexo de reservatórios, e não um único campo como imaginava. O problema é que ainda não há tecnologia desenvolvida para esse tipo de produção.

A reação em cadeia transformou em elefante branco o estaleiro da OSX em São João da Barra (RJ), que pode gerar ao grupo outro prejuízo bilionário. A unidade foi planejada para ser o “maior estaleiro das Américas”. Mas, sem petróleo da coirmã OGX, as encomendas não vieram. E o estaleiro, de 2,5 milhões de metros quadrados de área útil, cais erguido e galpões em pé, ficou ocioso. A OSX tenta negociá-lo, mas ninguém está disposto a pagar o valor inicialmente previsto. 

Ou então não foi nada disso. Conhecido por suas superstições, toda a família de Eike (os filhos Thor e Olin e a ex-mulher Luma) têm nomes de quatro letras. Acontece que esse ano nasceu o caçula Baldur. Seis letras. Teria sido ele o azarado?

FONTE: http://www.correio24horas.com.br/

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